sábado, 14 de fevereiro de 2009
Outro mundo: urgente e necessário
Puplicado:
15:14
Por:
Rodinei Costa
Seguindo a série (e nem imaginava que conseguiria tempo para falar sobre o FSM 2009, por conta do trabalho e da minha conexão com a internet a qual insistem em dizer que é banda larga), Ewerson Cláudio, um grande amigo que também participou da 9ª edição do Forum Social Mundial em Belém do Pará, me enviou um texto que reflete a compreensão do evento a partir de um outro ângulo.
Outro mundo: urgente e necessário
São muitas tribos, semelhantes em ousar pensar e agir por um outro mundo, e diferentes nas suas naturais diversidades. São militantes de partidos de esquerda, outros nem tanto (as pessoas e os partidos). Gente de governos e de oposições. São ambientalistas, sindicalistas, sem-terras e ativistas da anti-opressão de gênero, etnia e opção sexual. São indígenas e outros povos originários; são povos sem-Estado como palestinos, curdos e bascos, entre outros Gente de todas as idades, credos e filosofias. Personalidades e anônimos.
O Fórum Social Mundial é isso tudo e não há uma hegemonia clara em sua direção. Suas ações têm sentidos e objetivos múltiplos. Quem participa, ajuda a direcioná-lo com suas ações.
Todavia, para dar consequência prática ao lema "um outro mundo é possível", é preciso dizer e fazer mais. A contraposição ao neoliberalismo globalizado e autoritário precisa explicitar que um outro mundo, além de possível, é necessário e urgente. E mais: que esse outro mundo é socialista e verdadeiramente democrático (pois no capitalismo a democracia tem cifrão). As tentativa de afirmação do local, das regionalidades, das culturas sobreviventes e insurgentes só se viabilizam integralmente ao se superar a sociedade de explorados e exploradores.
É certo que ao afunilar uma perspectiva, o FSM perderá em unidade e amplitude, porém, os que ali participam com o objetivo de construir de fato uma nova sociedade, não podem se furtar a enfrentar esse debate, avançando em tarefas que não serão de "todos", mas daqueles que efetivamente querem derrotar o capitalismo.
Como exemplo, foi muito badalado durante o Fórum que a América Latina possui um conjunto de governos populares, onde se incluem Brasil, Argentina, Paraguai, Venezuela, Bolívia e Equador. Pois bem, é necessário que se diga que, de um modo geral, o eleitorado desses países optaram por candidaturas de origem popular, porém, esses governos têm demonstrado não apenas ritmos, mas principalmente interesses diferentes. Enquanto Bolívia, Equador e Venezuela (e, ao que parece, também o Paraguai) optam claramente pelo enfrentamento do imperialismo norte-americano, Brasil e Argentina possuem governos que buscam se integrar (leia-se submeter-se) a uma ordem mundial. Basta lembrar que o Brasil está à frente de uma "força de paz" no Haiti, com o intuito de se cacifar no Conselho de Segurança da ONU. O Equador realizou uma auditoria de sua dívida externa e caminha para suspendê-la, ao passo que o Brasil, em 2007, pagou R$ 237 bilhões de dívida e gastou apenas R$ 40 bilhões na saúde e R$ 20 bilhões na educação.
A origem do FSM
Contraponto ao Fórum Mundial de Davos – um encontro de frios burgueses nas montanhas geladas da Suíça, realizado anualmente em janeiro. Inicialmente em Porto Alegre, o FSM ganhou asas e passou pelo chamado Terceiro Mundo em diversos continentes.
2001, 2002 e 2003 – Porto Alegre (RS), Brasil
2004 – Mumbai, Índia
2005 – Porto Alegre (RS), Brasil
2006 – Caracas, Venezuela; Bamako, Mali; Karachi, Paquistão
2007 – Nairóbi, Quênia
2008 – Atividades descentralizadas em diversas cidades do mundo. No Brasil, em oito estados: GO, MG, PA, PR, RJ (Rio), RN, RS e SP.
2009 – Belém (PA), Brasil
*Ewerson Cláudio, Graduando em Produção Cultural no CEFET-Nilópolis
e da Coordenação do portal Sobretudo.
Categories:
Internacional
,
Movimentos
,
Mundo
,
País
,
Política
Assinar:
Postar comentários
(
Atom
)
0 comentários :
Postar um comentário