segunda-feira, 1 de julho de 2013

Como assim?


Segundo noticiado hoje no site da Agência Brasil, o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Rio de Janeiro (OAB-RJ) , Aderson Bussinger, considerou “razoável” o quadro geral da ação de ontem das forças de segurança no entorno do estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã .
"Nós tivemos uma reunião hoje pela manhã com a PM e eles se comprometeram a manter a linha de defesa e não avançar. Pelo geral que nós acompanhamos aqui isso foi mantido, diferente das outras vezes, que fizeram investidas. O quadro geral não é de muita violência por parte da polícia, estamos com um quadro razoável. Agora tem que olhar melhor, ouvir melhor", disse.
Segundo Bussinger, as denúncias de que o veículo blindado da Polícia Militar e a tropa de choque avançaram sobre os manifestantes que ficaram encurralados na Praça Vanhargen, na Tijuca, serão apuradas. Pelos relatos, um grupo de manifestantes lançou um coquetel molotov, rojões, gás e pedras sobre os policiais, que reagiram com bombas de gás lacrimogêneo.

Após o conflito, o blindado recuou e um grupo de manifestante voltou ao cruzamento da Avenida Maracanã com a Rua São Francisco Xavier, gritando palavras de ordem. O bloqueio das forças de segurança foi mantido e não houve novo confronto. No momento, a manifestação se dispersou. A região não sofreu depredação.

Como assim, Bussinger? Não foi o que vi, ao vivo, pelo “Mídia Ninja”. Vi um policial do Batalhão de Choque sem identificação em sua farda negando-se a dizer seu nome ao repórter. Vi a viatura deste mesmo policial quase atropelar um jovem manifestante, sem motivo.

Houve excessos, durante as manifestações. Manifestantes sentavam no chão para evitar conflitos e, mesmo assim, bombas de efeito moral eram jogadas e tiros de balas de borracha eram disparados pela PM. Um policial tentou prender um homem que portava vinagre, que só não foi detido porque os manifestantes fizeram uma barreira e não permitiram.

Segundo relato do membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego, em seu perfil no facebook, “mesmo nos identificando como advogados, na hora de uma negociação de conflito, o Choque atirou deliberadamente em nós. Fugimos para uma rua estreita com mais de 100 pessoas, os PMs fecharam as duas saídas da rua e começaram jogar muitas bombas em nós por 10 minutos. Depois de quase termos sufocado, conseguirmos da rua. Agora estamos reagrupando os advogados para tomarmos as medidas cabíveis”. Onde estava o Bussinger nesse momento?

O que vimos foi um tremendo absurdo e uma clara violação dos direitos e das garantias constitucionais. Idosos impedidos de trafegar na área do entorno do Maracanã e famílias que chegavam de viagem impedidas de chegar a suas residências, pelo cerco policial.
É preciso repensar muito sobre essa “sensação de segurança” para os eventos internacionais.

Enquanto o governo do estado destaca um efetivo de seis mil policiais militares somente para um jogo no Maracanã, outras regiões ficam desguarnecidas. Não só durante o jogo, mas o tempo todo.

Enquanto o governo do estado ocupa comunidades da capital com UPPs, a Baixada Fluminense e o Leste Metropolitano recebem todos os bandidos migrados de lá. E como fica a segurança dessa parcela da população fluminense?

A Copa das Confederações terminou, o Brasil foi campeão e todos os torcedores brasileiros ficaram felizes com isso. Falta agora, a felicidade continuar, principalmente na segurança pública. É necessário remunerar bem o policial e dar-lhe uma formação adequada, para que não se repitam cenas dantescas em praças de guerra promovidas por pessoas despreparadas e, sobretudo, comandadas por quem não tem o mínimo respeito pela população.

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