segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Tratamento humanitário
Puplicado:
15:21
Por:
Rodinei Costa
Depois de ter suas atividades suspensas por um ano, foi retomado, em agosto, na 52ª DP (Nova Iguaçu) o projeto “Carceragem cidadã”, que presta serviços laboratoriais, odontológicos e de orientação e educação sexual aos detentos da unidade. A iniciativa surgiu em 2008, idealizada por Orlando Zaccone, então titular da delegacia, com parceria da prefeitura. A carceragem abriga hoje 400 detentos, 50 a mais do que a capacidade máxima. A proliferação de doenças e episódios de revolta são constantes.
Segundo Jefferson Abbud, secretário-adjunto de Atenção Básica de Nova Iguaçu, um primeiro levantamento nas instalações da delegacia apontou grande incidência de doença de pele, diabetes, hipertensão, Aids e tuberculose, além de problemas dentários.
Uma equipe de enfermeiros e técnicos faz a coleta de sangue toda quinta-feira. Em casos de doenças mais graves, principalmente Aids, os resultados são informados na presença de familiares ou amigos. Abbud diz que a prefeitura pretende fornecer acompanhamento psicológico nessas situações.
— Os detentos chegam a ficar bobos quando veem os enfermeiros e os médicos. Há colaboração permanente por parte da maioria deles — conta Abbud, explicando que, por medo, alguns homens ainda se negam a fazer os exames.
Dentro da carceragem, o educador sexual em saúde Eugênio Ibiapino comanda palestras que esclarecem as formas de se evitar a propagação de doenças sexualmente transmissíveis. A fala pausada de Ibiapino chama a atenção dos detentos, que levam os ensinamentos dele para as famílias.
— Procuro usar a linguagem deles. Hoje, a Aids não tem mais uma relação direta com o homossexualismo. Aumentou muito o número de mulheres infectadas. Os presos estão virando multiplicadores de informação — ressalta Ibiapino.
Os detentos aprovam. Um deles sofreu um infarto enquanto o programa estava suspenso e quase morreu.
— O projeto é ótimo. É tudo que temos de bom por aqui. Nem lá fora recebemos esse tratamento. Aprendi muito — diz o detento, que pediu para não ser identificado.
A matéria completa está no Globo - Baixada deste sábado (disponível para assinantes no Globo Digital).
Fonte: O Globo
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