sábado, 6 de novembro de 2010
Empresas de tecnologia lideram movimento de fusões e aquisições
Puplicado:
14:07
Por:
Rodinei Costa
Levantamento da Price mostra que 53 negócios foram fechados de janeiro a setembro na área de TI, crescimento de 25% em relação a 2009
Alexandre Rodrigues, de O Estado de S. Paulo
RIO - O ambiente de negócios favorável e o interesse crescente de fundos de investimentos está aquecendo a consolidação na área de tecnologia da informação (TI). Um levantamento da PricewaterhouseCoopers feito para o Estado mostra que o setor contou 53 operações de fusão ou aquisição de participação societária até setembro, 25% a mais do que no mesmo período de 2009.
Segundo a consultoria, o segmento de TI continua liderando o movimento de fusões e aquisições no País, concentrando quase 10% dos negócios desse tipo este ano. Entre 2007 e 2010, o número de transações no setor dobrou, num crescimento contínuo que não foi afetado pela crise. Para Alexandre Pierantoni, sócio da Price, a consolidação no setor foi impulsionada pelos fundos de private equity (de investimento em empresas), muitos deles estrangeiros.
A participação dos fundos nas operações de consolidação vem crescendo em vários segmentos, chegando a 43% do total este ano, mas Pierantoni destaca o apetite mais visível pela tecnologia. O potencial de crescimento é a grande aposta. O mercado de TI no País movimentou quase R$ 20 bilhões em 2009. Projeções indicam que a cifra deve chegar a R$ 29 bilhões em 2013.
"Este é um setor ainda fragmentado, com muitas oportunidades de consolidação, e que tradicionalmente precisa de aportes de recursos para a expansão. O Brasil tem demonstrado capacidade nessa área, com empresas que já atingiram padrões internacionais e que também compram outras. Como há muitas operações de pequeno e médio porte, o setor se destaca", diz.
Atração
Além do potencial do setor, o aumento do investimento das empresas em tecnologia, políticas como o Plano Nacional de Banda Larga e linhas de crédito especiais do BNDES têm chamado a atenção de fundos estrangeiros. O Silver Lake Partners, por exemplo, um gigante de US$ 14 bilhões, deu seu primeiro passo no Brasil ao comprar, em setembro, uma participação na Locaweb. A empresa hospeda 23% dos sites brasileiros e se destaca na computação em nuvem.
Numa operação bem mais ambiciosa, o grupo Apax Partners também escolheu uma empresa de TI para seu primeiro investimento no Brasil. Em maio, comprou 54,25% do capital e o controle da Tivit, líder em serviços integrados no País, por R$ 873 milhões. Fruto da fusão de empresas, a Tivit cresceu rapidamente sob a liderança do ex-tenista Luiz Mattar. Ele manteve 2,2% das ações e a presidência após o negócio, que levará ao fechamento do capital.
Edson Matsubayashi, diretor de Relações com Investidores da Tivit, diz que a manutenção da liderança de Mattar é mais um sinal de que a estratégia da companhia não mudou. "Nossa atuação diversificada, que não é muito comum fora do Brasil, foi um dos aspectos que atraiu o Apax. A ideia é manter o crescimento orgânico e com aquisições que nos tragam novas competências", diz o executivo.
Outra brasileira que cresce com aquisições, a Totvs consolidou a liderança na área de software com a compra da Datasul há dois anos. Desde então, a receita líquida cresceu 36,4%, atingindo R$ 833,7 milhões no terceiro trimestre deste ano. A empresa fez quatro aquisições este ano.
Para também ir às compras, a Cyberlynxx recebeu, em julho, um aporte do fundo mineiro FIR Capital em troca de uma fatia de 25%. Segundo o sócio fundador da empresa, Marcelo Astrachan (ex-Accenture), a entrada do fundo deu à pequena empresa voltada para integração de soluções e segurança de sistemas a capacidade de investir até R$ 35 milhões nos próximos três anos.
"Ser escolhido por um fundo do porte da FIR é um upgrade, nos dá visibilidade. Passamos a ser procurados por outros fundos, inclusive estrangeiros. Mudou até mesmo a receptividade na abordagem das empresas alvo, que sentem que temos estrutura para discutir concretamente uma compra", diz Astrachan, que contratou consultorias para garimpar aquisições. "Há excelentes oportunidades, temos processos em andamento."
Fonte: Estadão
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